sábado, 19 de abril de 2014

Sindicato dos Policiais Federais da Bahia divulga nota de repúdio a prisão de Prisco

polícia-federal
O Sindicato dos Policiais Federais no Estado da Bahia (Sindipol), se manifestou na  noite desta sexta-feira (18), por meio de nota para deixar claro a discordância em relação a prisão do líder da greve da PM, Marco Prisco. Esclarece também que a prisão foi feita por policiais federais de Brasilia por determinação judicial emanada da Justiça Federal. Criticam a falta de sensibilidade política da ação que foi feita no feriado de Semana santa, além da instabilidade institucional da sociedade baiana devido aos últimos acontecimentos. Por fim pedem prudência e responsabilidade dos envolvidos para evitar que mais sangue seja derramado com a onda de violência que tomou conta da cidade.
O soldado Prisco foi preso na tarde desta sexta, 18 pela Polícia Federal, na Linha verde, desembarcou por volta das 20 horas em Brasília e seguiu para o presídio Federal de Brasília, mais conhecido como ‘Complexo da Papuda’.
O SINDICATO DOS POLICIAIS FEDERAIS NO ESTADO DA BAHIA – SINDIPOL/BA vem através da presente nota:
1 – Esclarecer à sociedade baiana que o cumprimento do Mandado de Prisão foi realizado pela Polícia Federal na tarde de hoje, 18/04/2014, na capital baiana por equipe de policiais de Brasília/DF, por expressa determinação judicial emanada da Justiça Federal, acolhendo representação do Ministério Público Federal, pelo que descabe, em princípio, qualquer discussão acerca de seu cumprimento;
2 – Deixar clara a discordância deste sindicato para com a falta de sensibilidade política para cumprimento de citada ordem nesta data, pois além de estarmos em pleno feriado santo, vivemos uma instabilidade institucional da sociedade baiana face aos últimos acontecimentos, apenas agravando ainda mais a insegurança e oportunizando uma retaliação de maneira generalizada;
3 – Cumpre a esta instituição ressaltar que há indícios severos de estar ocorrendo um processo de judicialização de uma questão política, conduzido de forma débil, e que não pode redundar em confronto ou hostilidades entre forças policiais. Tal esquema remete a temerárias conclusões acerca do processo de utilização para fins políticos inconfessáveis da classe trabalhadora policial como um todo. É dizer: Não se quer resolver os GRAVES problemas das categorias policiais ou da segurança pública em profundidade: antes, sequer fazer de um movimento legítimo de policiais ganhar a conotação político-eleitoreira, mormente quando se utiliza do processo de desmoralização pública de suas efetivas lideranças. Esse sindicato não fechará os olhos para tais desvios, nem tampouco se manterá silente ao cinismo e perversão com que são tratadas as questões atinentes à segurança pública da Bahia e do Brasil;

4 – Reafirmar aqui a necessidade URGENTE de desmilitarização de todas as forças policiais militares estaduais que atuam no tecido social brasileiro. Não é aceitável que demandas de cunho essencialmente trabalhistas estejam elevadas ao patamar de insurgência à segurança nacional, com escólio em um diploma legal genérico, com tipos penais idem, e que podem muito bem ser manipulados por atores políticos no poder ao sabor de interesses os mais diversos, inclusive os espúrios;
5 – Por fim, afirmando o reconhecimento da total legitimidade do pleito dos colegas policias militares, conclamar as atores sociais envolvidos para que se pautem pela prudência e responsabilidade na resolução de tão grave questão. Com menos mídia e palanque, com mais parcimônia. Do contrário, resta cabal a responsabilidade de todos aqueles que, acostumadas a decidir sobre problemas reais com a simples caneta em seus escritórios fechados e climatizados, estarão também com suas mãos ensanguentadas com o jorro de sangue do crescente número de vítimas que estão com suas vidas ceifadas em decorrência dessa tragédia.

As informações são do site: O sistema é Bruto.