Por cerca de 4 horas dezenas de moradores do conjunto Viveiros, em Feira de Santana, fizeram mais uma manifestação, na tarde desta sexta-feira (28), para cobrar da Viabahia uma solução para não fechar o acesso ao conjunto. A empresa está realizando a duplicação da avenida Eduardo Fróes da Mota e uma mureta de concreto está sendo colocada em toda extensão das pistas isolando o Viveiros do conjunto Feira X.
Durante o protesto, os moradores queimaram pneus, galhos de árvores e outros materiais causando um grande engarrafamento. Centenas de veículos principalmente carretas tiveram que esperar durante toda a tarde e início da noite até a pista ser liberada. Uma cortina de fumaça de quase 30 metros podia ser vista na rodovia.
A dona de casa Claudiane Moreira disse que o protesto da comunidade é muito justo. Ela alegou que se o acesso ao Viveiros for fechado, os moradores não terão acesso aos serviços de saúde da Policlínica do Feira X. "Não podemos ficar isolado do mundo meu irmão. Se fechar aqui o acesso vamos quebrar", disse irritada.
Um dos coordenadores da manifestação, Fernando de Sousa Bandeira, informou que a população quer que a situação seja resolvida. Ele afirma que os moradores não estão com receio de multa seja qual for o valor. "Só queremos reivindicar os nossos direitos. O pessoal está revoltado", afirma. Segundo ele, se o acesso for fechado o retorno para os moradores em direção ao viaduto do Clube de Campo Cajueiro terá 7,5Km e em direção a BR 116-Sul terá quase 2Km.
Por volta das 19h, depois de muitas conversas entre policiais rodoviários federais e moradores a pista foi liberada. Os manifestantes dizem que vão dar um prazo de oito dias para que a Viabahia e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) resolvam a situação. Se não houver solução, eles pretendem interditar outras vezes a rodovia.
O chefe do setor de policiamento da Superintendência da Policia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Jeferson, informou que esse tipo de protesto acaba atingindo o direito de ir e vir de outras pessoas. "O ato de manifestação é constitucional, mas precisa ser de forma pacífica sem agredir o direito de outras pessoas", afirmou. Ele disse ainda que se houver outros protestos, a PRF vai estar presente até para garantir a integridade física dos próprios manifestantes e evitar acidentes.
Jeferson informou também que estava aguardando um documento da Justiça Federal para desbloquear a pista. Mas não foi possível usar o documento porque os manifestantes acabaram com a interdição. Durante a manifestação foram mobilizados cerca de 20 homens e cinco viaturas, além do apoio inicial do helicóptero da instituição que vem fazendo um trabalho de patrulhamento aéreo nas rodovias baianas nesse período do Carnaval.